terça-feira, 6 de outubro de 2009

O Ócio Criativo



"Domenico De Masi, sociólogo italiano, um dos mais conceituados e polêmicos teóricos das modernas relações entre o homem e o trabalho, pontua nesse livro, um tipo de ócio diferente do que a palavra inspira - muita sombra, água fresca e nenhuma ocupação para o resto da vida.

Sob o ponto de vista comum, ele pontua que o ócio pode transformar-se em violência, neurose, vício e preguiça. O ócio criativo que o autor defende, está associado à criatividade, à liberdade e a arte.

As máquinas, por mais sofisticadas que sejam, não poderão substituir o homem nas atividades criativas. Desse modo, o futuro pertence àqueles que forem mais capazes de oferecer serviços do tipo intelectual, cientifico e artístico adequados às necessidades variáveis e personalizadas dos consumidores.

O ócio criativo une o trabalho com o estudo (conhecimento) e o lazer (jogo e diversão). Podemos organizar nosso tempo e fazer com que todos os três coincidam. Esta é a única forma de produzir idéias geniais. Para isso é necessário libertar-se da idéia tradicional de trabalho como obrigação ou dever e oportunizar uma mistura de atividades, onde o trabalho se confunde com o tempo livre, o estudo e o jogo. Por exemplo, ao dar uma aula o profissional deve priorizar a criação de um valor, associando divertimento e formação. Acrescenta que tanto no tempo em que se trabalha, quanto no tempo vago, fazemos menos coisas com as mãos e mais coisas com o cérebro, ao contrário do que aconteceu por milhares de anos. Utilizamos o nosso cérebro nas atividades que realizamos, mas; as mais apropriadas e valorizadas no mercado de trabalho, são as atividades criativas.

Ele pontua que as empresas da era pós-industrial, voltadas para a produção de bens imateriais (valores, serviços, informação, estética, etc.) dependem da criatividade para permanecer no mercado. Propõe então uma revisão das regras que controlam a produção intelectual, enfatizando que o controle não serve para nada, senão para inibir a criatividade.

Concluindo, ressalta que se pode viver o ócio de diferentes formas, como por exemplo, roubando, violentando, tirando vantagem, explorando... Mas pode-se também vivê-lo de forma assertiva, com vantagens para si e para os outros, sem prejudicar ninguém, favorecendo a plenitude do conhecimento, a felicidade e a qualidade de vida. O ócio que ele defende é o ócio criativo, uma forma inteligente e construtiva de utilizar o tempo."

(Resumos e revisões curtas: http://pt.shvoong.com/books/385578-%C3%B3cio-criativo/)



Mente da Ná...

Refletindo...

Após uma conversa com meu pai (que está lendo esse livro), a respeito do pensamento do grande sociólogo Domenico de Masi (veja também "Diálogos Criativos" - Domenico de Masi e Frei Betto), andei refletindo sobre isso, e acho que é uma idéia revolucionária da sociedade atual.
Nos deparamos todos os dias com profissionais estressados, empregados que só reclamam e sentem como um martírio o fato de ter que trabalhar para obter dinheiro. Muitas vezes o trabalho não se torna mais tão produtivo, feito de qualquer jeito. As pessoas não despejam amor naquilo que executam, passam a vida apenas seguindo uma rotina de cão imposta por uma sociedade.

É tempo de mudar esses parâmetros. Como diria Oscar Wilde: "Viver é a coisa mais rara do mundo, a maioria das pessoas apenas existem." E para continuar existindo é necessário se adaptar às regras, é preciso trabalhar, é preciso ter dinheiro. O "viver" passou a ser atribuído aos momentos que não se trabalha, ou seja, decorrente dos pequenos momentos que nos restam de hora livre: fins-de-semana, feriados, férias. A vida é muito curta para se perder tanto tempo assim.

Portanto, viva o ócio criativo!

A libertação da criatividade, utilizando desses momentos a inspiração e o estímulo necessário para uma excelente atuação profissional. Chega de pensamentos revoltosos quanto ao "trabalhar" do homem. Uma nova proposta de vida, atribuir prazer àquilo que executamos, trabalhar visando um objetivo final, e ter tempo saudável para pensar e desenvolver essas idéias. Deixar nossa marca, e ser feliz por ter vivido inteiramente tal projeto.

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São Paulo, Brazil
Amante do que me faz sonhar... 19 anos, carioca "paulistana". Variados pensamentos, algumas idéias malucas que surgem do nada, ou coisas interessantes e engraçadas as quais fazem parte do cotidiano, coisas da vida, da mente. Da minha mente. Da mente da Ná! Multipensamentos... Multicoloridos... Multi... Multi... Multimeios!